O Deus de meus pais se tornou meu Deus também

Por Daniela Almeida

Se você tem algum convívio com igreja evangélica é provável que entenda se eu disser que no dia 05/05/1985 eu levantei minha mão e aceitei Jesus. Hoje, porém, eu diria que minha história de conversão não começou ali. Nessa data eu tinha 12 anos. Já se passaram 31 anos deste então. Por mais que alguém possa dizer que aquele dia foi O Dia, hoje eu sei que minha história de conversão começou antes disso e não se limitou a uma data pontual.

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Daniela Almeida

Fui uma criança raivosa e uma adolescente solitária, mas a palavra estranha também serve para definir quem eu fui. Dizer isso é importante porque eram exatamente estas características que me afastavam das pessoas e vice-versa. Elas evidenciavam o quanto eu era alguém extremamente carente de Deus.

Nos momentos em que eu estava sozinha eu dizia para Deus o quanto eu detestava a minha vida e como eu queria agradá-lO. Hoje eu sei que Ele ouvia, mas naquela época Ele definitivamente não era o meu Deus, mas o Deus dos meus pais e o Deus que era cultuado na igreja que eu frequentava.

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Soberba e graça

Por Edna S. Silva

A história da graça de Deus em minha vida é tão clara que eu não posso deixar de compartilhá-la.

Sou a segunda filha de um casal retirante do Nordeste, mais exatamente de Sergipe. Recém casados, vieram para São Paulo em busca de uma vida melhor diante do cenário que tinham. Eram lutadores e vencedores, mas com sobrecarga devido a cultura machista em seu contexto. Mulheres aceitavam a traição de seus maridos porque não podiam voltar à casa de seus pais – não seriam aceitas – ou não imaginavam uma vida próspera se optassem pela separação.

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Edna

Minha mãe deu à luz em casa, algo comum. Cresci com três irmãos, sendo eu considerada a mais levada e a menos bonita; aquela que sempre estava doente. Cresci ouvindo isso. Eu sentia que precisava me destacar em alguma área para sobreviver e ter uma história diferente. Foi na parte acadêmica que eu me destaquei.

Sempre fui ótima aluna, com notas altas. Aos quinze anos resolvi trabalhar fora, emprego mesmo. Antes disso eu ensinava as crianças com dificuldade, faxinava a igreja e cuidava de crianças. Com dezoito anos eu ingressei na USP em farmácia e na PUCCAMP em biologia. Aos dezenove eu fui aprovada no concurso da Petrobrás e no Instituto Agronômico de Campinas-SP. Meu desempenho escolar me proporcionou escolher o trabalho que eu queria. Enquanto muitos tinham que ralar para serem aprovados nos concursos, eu percebia que tinha uma facilidade incomum. Isso me dava demasiada confiança, acreditando que podia fazer tudo o que eu planejava. Eu era altiva e não via nada de errado nisso.

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Do poço de crime para a luz da graça

Por Edmur Ribeiro Jr.

Meu nome completo é José Edmur dos Santos Ribeiro Junior – eu não sei o que minha família estava pensando quando eles colocaram este nome em mim, rsrsrs. Eu nasci numa favela. Meu pai era ferroviário (Cia. Mogiana) e alcoólatra e minha mãe era lavadeira – ela lavava roupas para as madames do bairro perto de onde morávamos. Minha mãe trabalhava muito duro para ajudar em casa.

Um dia eu me revoltei com o fato de meu pai ser alcoólatra e minha mãe ter que trabalhar duro para temos comida na mesa; tornei-me rebelde. Com treze anos de idade eu já havia sido preso por roubo duas vezes. Minha vida de criminoso somente aumentava, bem como a minha amizade com más companhias. 

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Edmur, com esposa e filha.

Claro que minha mãe sofria com tudo isso. Com mais ou menos quinze ou dezesseis anos, minha vida já estava de mal a pior. Eu estava economizando dinheiro para comprar um “berro” [revolver calibre 38]. O intuito era me juntar com outro grupo para “serviços” ainda maiores. Foi neste momento que eu fui convidado para um torneio de futebol com um grupo chamado “Alvo da Mocidade.”

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